sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Tradução de um textinho de Peter Altenberg

Tradução da tradução (Peter Wortsman, o tradutor americano), mas mesmo assim aí vai. Da coletânea Telegrams of the Soul:

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No Volksgarten

“Eu queria um balão azul! Um balão azul é o que eu queria!
“Aqui um balão azul para você, Rosamunde!”
Foi explicado a ela então que havia um gás por dentro que era mais leve que o ar da atmosfera, e por consequência disso etc etc
“Eu queria soltar ele – “ ela disse, bem assim.
“Você não preferiria dar o balão àquela garotinha pobre ali?”
“Não, eu quero soltar ele - !”
Ela solta o balão, e fica olhando ele, até ele desaparecer no céu azul.
“Você não está arrependida agora que você não deu o balão à garotinha pobre?”
“Sim, eu deveria ter dado o balão à garotinha pobre.”
“Aqui outro balão, dê esse para ela!”
“Não, eu quero soltar esse também no céu azul!” –
Ela assim o faz.
Ela recebe um terceiro balão azul.
Ela vai até a garotinha pobre por conta própria, dá o balão a ela, dizendo “Solte você, esse!”
“Não,” diz a garotinha pobre, olhando fascinada para o balão.
Em seu quarto ele voou até o teto, ficou ali por três dias, escureceu, enrugou-se e caiu morto, um pequeno saco preto.
E então a garotinha pobre pensou “Eu deveria ter soltado ele lá fora no parque, para ver ele subir no céu azul, eu teria acompanhado a subida, só olhando -!”
Enquanto isso, a garotinha rica consegue outros dez balões, e uma vez o Tio Karl até compra para ela todos os trinta balões de uma vez. Vinte deles ela deixa voar para o céu e dá dez às crianças pobres. A partir daí ela absolutamente não tinha mais nenhum interesse em balões
“Esses balões idiotas -,” ela disse
A respeito disso Tia Ida observou que ela era bastante avançada para sua idade!
A garotinha pobre sonhou: “Eu deveria ter soltado o balão no céu azul, eu teria ficado olhando e olhando –!”


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